domingo, 27 de setembro de 2009

Si Si, pero no mucho

















Chegamos em Madrid quase ao meio dia da quinta feira. Desde o momento em que chegamos o que mais me animou foi poder falar coisas do tipo: Si si pero no mucho; Por supuesto que si; Yo quiero una Paella; Muchas gracias etc. Assistir Kubanacan e ouvir as músicas de Luis Miguel, não foram em vão, também devo parte do meu portañol a Julio Iglesias com suas músicas que tocavam no baile de "Em nome do Amor", programa do mestre Silvio Santos. Não preciso ficar dizendo que é uma cidade maravilhosa e que tudo é lindo, mas eu quero dizer. Madrid é uma cidade maravilhosa e tudo é lindo, mas ainda do que eu pensava. Em comparação ao que eu tenho conhecido de Portugal, achei Madrid mais legal. Madrid é sem dúvida bem mais mestiça, mais cosmopolita. As pessoas em Madrid são mais morenas e misturadas, tem muitos japoneses (!), árabes, colombianos, indianos, e tal. Diferente de Portugal que parece que só tem portugueses e angolanos. Fomos a alguns lugares turísticos, tem umas coisas tão grandes que são enormes (boa frase). Como o Museo del Prado (que só perde em tamanho e número de obras pro Louvre) e o Palácio Real. A noite Madrileña é muito muito legal, tem mais bares do que qualquer lugar do universo. Fomos a uns 5 ou 6 na mesma noite mas asiados como somos (descobri isso aqui na Europa) voltamos pro albergue sem estar bêbados. Um caso que eu tenho que comentar é que Menina Ana Paula pagou 3,5 euros (ou seja 10 reais), por uma mini coca-cola, que Seu Raimundo vende por 0,50 centavos no Integrado. Nessa noite eu comprei 3 cervejas e paguei 3,5 euros por cada, convertendo tudo foram 30 reais gastos, sequer fiquei ligado. Se fosse aí no Chez Moi eu estaria em coma alcólico.Mas como dizem os brasileiros por aqui quem converte não se diverte, sendo assim é bem melhor esquecer a moeda. Já em Coimbra os valores de bebidas são mais acessíveis, paga-se entre 0,50 e 1 euro por cerveja, isso faz com que eu nunca gaste mais de 5 euros por noite. As últimas duas festas que fomos aqui em Coimbra foram as mais legais desde que chegamos.A primeira foi uma festa brasileira em que menina Ana Paula foi a sensação da noite, com seu estonteante rebolado ao Som de lapada na rachada. E outra foi uma festa em que só fomos eu e menina Ananda e bebemos juntos 14 chopps e 4 sangrias (vinho com algumas coisas a mais).Nessa realmente ficamos ligados e fomos muito Amauri Jr. falamos com todos, trocamos telefones e contamos piadas. Contar piadas é minha tática da amizade, sempre solto umas piadinhas (veja o post de Ananda sobre isso), aparentemente tem funcionado, já que temos conhecido pessoas de lugares bem esquisitos. Simona é uma menina que nasceu em nada mais nada menos que na Transilvânia (região da Romênia em que o drácula se esconde). Graças a doses de cervejas a mais Simona é quase nossa BFF (aqui em Coimbra, que fique bem claro).Desde que cheguei já estive em festas com pessoas te todos os lugares e eu tenho uma certeza (que já foi muitas vezes repetida).


Nadie, se divierte más en las fiestas del que nosotros, nadie.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Travelling






Como biólogo que serei me interesso pela biodiversidade dos locais por onde passo e de longe Coimbra tem sido o último lugar no Top Biodiversidade. Até agora cataloguei cerca de 10 espécies de formas de vida. Uma delas descobri no passeio que fizemos a Serra do Bussaco, uma cidade turística daqui que tem como atrativo uma floresta (que os animais ainda não descobriram) e no topo da serra um castelo de 600 anos. É um lugar bonito mas o que mais me surpreendeu foi uma salamandra que nadava no rio da Serra. (foto) É relativamente barato conhecer os arredores de Coimbra. Pagando 1,70 (preço de um ônibus integrado) no comboio (um meio de transporte assaz cult) pode-se conhecer uma ou outra cidade com um castelo (Portugal tem 159 castelos). É relativamente barato também conhecer o resto da Europa tem promoções de 1 euro pra Paris ou pras Ilhas Canárias, só que são promoções relâmpago e em dias esquisitos, assim que tiver o visto (que pegarei em Madrid) desfrutaremos dessas megaofertas.

Hoje vim pegar meu visto em Madrid, onde permanecerei até domingo. Para vir até Madrid compramos passagens aéreas de 47 euros (incluindo ida e volta). Por esse preço há que se desconfiar do tipo de transporte aéreo em que nos locomoveríamos. Nosso vôo saía de Lisboa às 09:40 da madrugada e para que pudéssemos chegar no horário em Lisboa pegamos o Comboio das 03:00 da madrugada. Pensem num trem remoso, parece brincadeira mas 98% dos passageiros do trem que pegamos estava dormindo, mas o engraçado é que eles não dormiam sentados, mas sim deitados ocupando 3 cadeiras e quando passávamos pelos corredores levávamos os pés das pessoas que acordavam, algumas roncavam. Essa não era uma cena que eu esperava ver na Europa. O transporte que nos levaria até Madrid justificava o valor que pagamos. O embarque não era feito diretamente pela sala de embarque do aeroporto, para chegarmos ao avião embarcávamos num ônibus que numa viagem de 25 minutos nos levou até a aeronave. Acho que era mais barato pra empresa "estacionar" seu bimotor na periferia do aeroporto, depois dos galpões e das garagens. O avião era bem pequeno e estava tão lotado tanto quanto um bequimão-são francisco na hora do rush. Eu tive a "sorte" de sentar ao lado de uma senhora gorda que não deixou que eu triscasse meu braço no braço da poltrona. E de todos os aviões que já peguei esse foi o único que fazia calor, estava uns 40 grau dentro da aeronave. no Brasil nós reclamamos da gol e das goiabinhas que ganhamos como refeição durante o vôo mas na Air Europa se você quiser comer um bombom, uma água, um cream cracker que seja você tem que pagar (e caro!). Para completar a lotação surgiu uma matilha de 15 crianças (do hell) que catingavam mais do que aquele chorume que escorre do caminhão da Coliseu multiplicado pela catinga dos banheiros do CCH. O maldito futum durou toda a longa 1:15 de viagem. Pena que as janelas não abriram, tudo que eu queria era que as malditas crianças fossem sugadas pela pressão e arremessadas (para o inferno que é o lugar delas).

Sobre a permanência em Madrid eu posto num próximo post.

Hasta la vista.






Losersisses


Pra começar me justificando eu não tenho escrito com frequencia no blog porque o pc de Ananda não tem o office e tem que comprar, mas como ninguém gasta dinheiro comprando produtos originais estamos esperando baixar ou ele cair do céu. Como baixar é difícil devido ao limitado tempo de acesso que possuímos, estamos portanto esperando ele cair do céu.
Então, as aulas começaram e com elas os problemas de relacionamento que enfrentamos ao entrar numa turma em que todos já se conhecem. Alunos nessa situação tem a síndrome do eterno looser, qualquer coisa que fazemos parece que denúncia a nossa natureza looser. E o pior é que o universo conspira para que alunos novos provem sua loosersisse a cada pequeno ato. Se um aluno novo decide ir para a aula de casaco, nenhum dos outros alunos vai e você se torna uma criatura exótica. Mas se decide não usar casaco, todos os outros vão e você morre de frio durante a aula. Enfim, é uma maldição. (Não que essa situação em especial tenha ocorrido comigo). Mas ocorreu outra. Na nossa primeira aula sentamos na primeira fileira de cadeira (coisa de looser) e Ananda a última a entrar na sala recebeu um pedido do professor pra que ela abrisse a porta. Pobre menina, ela tentou, tentou, tentou mais uma vez, mas não conseguiu. Todos se viraram para vê-la. Ela tentou mais uma vez e diante do seu fracasso fez a pior cara que um looser poderia fazer, eu chamo de cara de "desespero compulsivo, acompanhada de um sorriso mongolóide crônico". Que é caracterizado por olhos esbugalhados e ansiosos, narinas tremulandes, boca entreaberta e um sorriso amarelo. O professor conseguiu não rir e foi ampará-la ajudando-a a abrir a bendita porta. E como reza a velha frase feita: a primeira impressão é a que fica. Começada a aula o professor decidido a interagir surpreende menina Ananda com uma pergunta, a pobre menina estava com a cabeça em outro lugar e sequer ententeu o que lhe fora perguntado. O professor ficou ansioso esperando por uma resposta mas a esquálida menina olhou para ele, para o chão, para o quadro, para os seus companheiros (eu e Poule) e tentou murmurar algo, forçou sua garganta tentando apresentar algum grunhido em vão, estava engasgada. Diante do pavor estampado na face da pobre garota o professor se compadeceu da situação e disse: - Qualquer um de vocês 3 responda. Diante da situação, Eu, com a coragem que me é peculiar fui tentar salvar Ananda da humilhação pública e me danei a responder qualquer coisa, apenas para que a situação tivesse fim. Então gaguejando respondi algo. Mas errei. Errei feio. Todos viram e um aluno idiotinha respondeu o certo. O professor aplaudiu. Fiquei possesso. O professor seguiu e fez outra pergunta, eu decidido a mudar a minha imagem de "o brasileiro burrão que errou a pergunta óbvia" me adiantei a responder. Para a minha tristeza errei novamente. Traçando o meu destino looser. Era uma pergunta igualmente fácil e que se eu tivesse gastado um milisegundo a mais para pensar teria acertado. O aluno idiotinha pensou e respondeu certo, mais uma vez triunfando sobre mim. (Não quero mais relembrar esse assunto).
As minhas disciplinas são Biologia e Ecologia Marinha (a fatídica aula que narrei), Bioinformática (muito difícil, nunca me concentrei tanto numa aula), Ecologia de populações e comunidades (ainda não tive aula de verdade) e Bioestatística (o professor sumiu, sem previsão de começo).
Dessa forma prossigo tentando.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Loft

Já nos mudamos. Mas antes de nos mudarmos já tinha decidido que de jeito nenhum iria morar naquele hotel do hell. Com muito pensamento positivo fomos visitar nosso futuro apartamento, não sei desde quando mas antes mesmo de sair do apartamento já sabia que estava no papo. Saímos de lá, fomos a igreja e esperamos dar o tempo para saber a resposta. Como já esperava o apartamento ficou pra gente, nos mudamos de imediato e ao menos um dos problemas já tinha se solucionado. O preço foi alto 150 euros por pessoa mais despesas, mas pelo menos temos um teto, bastante bem localizado. O apartamento fica localizado no Largo da Sé Velha. Bem em frente ao nosso prédio está a antiga Sé, que foi construída em 1218, acho que é a coisa mais velha que em que eu já estive. É tudo em estilo medieval, lembra um castelo e tem vitrais e gárgulas em forma de Melocotón (da Eliana). O nosso apartamento é um loft sendo que em baixo fica a sala e a cozinha e em cima um banheiro (rosa cocô também e com uma banheira) e um quarto em que colocamos 3 camas, uma das quais foi totalmente montada por mim e Ananda, um trabalho árduo que levou umas duas horas e que usou todas as nossas forças. O prédio tem uns 20 apertamentos em 3 andares e pelo menos uns 5 são de brasileiros. A vizinhança é bem boêmia com vários bares e restaurantes que não se encomodam de fazer muito barulho a noite, eventualmente acordamos com o barulho de garrafas sendo quebradas, alarmes de carros disparando e bêbados gritando. Mas ainda assim é a melhor localização, a 3 minutos da Universidadee bem no centro das agitações, o Bigorna Bar é nosso vizinho. O lugar já veio mobiliado e entre os móveis há uma tv de 14’ que só pega 3 canais. Na programação dos canais passa Mulheres Apaixonadas, Três Irmãs, Caminho das Índias, Chamas da Vida (da Record) e Paraíso vai estrear na segunda-feira. O restante dos programas são muito toscos e no meio deles passa uma propaganda que dura 25 minutos (juro!!!), enfim tudo é muito muito tosco. Os portugueses acham a seleção portuguesa de futebol a melhor do universo cideral de todos os tempos e algumas das manchetes do jornal são “Hungria quer vencer Portugal” “Hungria nunca ganhou de Portugal e é muito inferior” “Portugal já tem a vitória garantida” etc… No sábado vou a Porto assistir o campeonato de Air Race (pra quem não conhece é tipo a fórmula 1 dos aviões, em que os pilotos tem que fazer manobras no céu em altíssima velocidade). As aulas ainda não começaram, só semana que vem. Semana que vem temos ainda que ir a Madrid pegar o nosso visto de residência que ainda não temos. O mais legal é que a Universidade nos deu um chip e nos deu descontos para comprar um celular (que saiu por 9,90 euros) e temos 25 minutos para falar com o Brasil e podemos falar de graça com qualquer outro aluno de mobilidade e mandar sms pra todo mundo que for da mesma operadora que nós . Ou seja, nunca pretendo colocar 1 euro sequer de crédito. Uma coisa que temos feito muito é arrumar a casa que está sempre suja, não sei porquê. Também temos feito pudim, consertado a privada, ariado as panelas, enfim, muitos afazeres domésticos. Uma coisa que tem me deixado muito apreensivo é que aqui é o paraíso do fiambre, e pra quem me conhece essa é uma das duas coisas do mundo que eu não como (a outra é aipo), e aqui o fiambre é comido como presunto, isso me amedronta. Quanto as festas temos ido a algumas, assistido jogo do Brasil no bar e temos conhecido vários brasileiros. E uma conclusão a que chegamos é que tem sido muito difícil fazer amigos pois perdemos a prática. Durante os últimos meses encontramos amigos muito legais que nos bastaram e por um longo tempo não precisamos fazer novos amigos, por isso perdemos a prática de se fazer novos amigos. No mais, é isso, temos passado por situações engraçadas, fedorentas e constrangedoras. Ou seja, tudo na normalidade.

sábado, 5 de setembro de 2009

Procura-se um lugarejo para 3 brasileiros em Coimbra.


Após a few days sem postar estou aqui novamente para colocar os acontecimentos dos últimos 2 dias e meio.

Como havia informado a quinta-feira seria o dia de encontrarmos um cantinho só nosso, um lar. Acordamos meio-dia (pra variar) e compramos um classificado que continha uns 150 anúncios de locais, e de todos, nenhum deu certo. Vários eram somente femininos, outros somente masculinos, alguns só aceitavam contrato de um ano outros eram muito caros mas a maioria já estava esgotado a essa altura do campeonato. Encontramos Poule no restaurante universitário (já que ela não tinha acordado bem e tinha ficado mais tempo no albergue), lá enfrentamos uma bicha gigante e no final dela conhecemos 2 brasileiros, Danton e Paulo. Almoçamos juntos e eles nos falaram sobre uma possibilidade de abrigo. Eles estavam morando em um hotel, onde a dona havia feito um precinho camarada para os dois, e segundo ele ainda havia muita oferta de quarto lá, pois quase não haviam hóspedes no local. Antes de irmos conhecer o hotel que eles haviam indicado fomos a Divisão de Assuntos Internacionais de Coimbra tentar fazer a matrícula e obter informações. Lá, Cristina (guardem esse nome), funcionária de Universidade nos atendeu com simpatia e nos mostrou o caminho das pedras para conseguirmos nos matricular, uma enorme burocracia que começava pela obtenção do visto, que ainda não temos em mão (que depois descobrimos que teremos que obter em Madrid). Saindo de lá, fomos rumo ao Hotel que Danton e Paulo nos haviam indicado, descemos por intermináveis ruas para chegar até o imponente hotel que se localizava ás margens do Rio Mondego (o Rio de Coimbra). O Hotel Avenida que tinha sido recém reaberto estava aceitando estudantes para ter morada lá e lá a funcionária nos informou que pagaríamos 550£ por um quarto triplo com wireless. O preço era um tanto salgado mas diante do nosso desespero estaríamos dispostos a pargar o equivalente a 190£ por pessoa. O Hotel era algo estranho, na verdade era pavoroso, os móveis, as imagens, a tapeçaria, as paredes, tudo colaborava para a atmosfera exorcista fellings que o Hotel transmitia. Os corredores eram sombrios, os degraus da escada rangiam e ao fundo escutávamos os ecos de nossos passos. Não teria coragem de ficar lá sozinho por um só horripilante instante, por um momento me veio à cabeça o filme 1408 de Stephen King (autor do livro), não foi uma sensação confortante. Chegando à porta de nosso futuro quarto (realmente espero que não chegue a ser) passamos mais de 5 minutos tentando abrir a porta do quarto (fato verídico) e quando abrimos, lá se colocavam 3 camas antigas dispostas paralelamente, um armário, tv, mesinhas e uma porta com uma janelinha e grades nesta janelinha (como a porta de um quarto de hospício), tudo na mesma atmosfera horripilante do restante do hotel. As camas já pareciam destinadas a nós e eu nem sequer tinha desejado dormir lá. Havia também uma varanda, ao ir para a varanda descobrimos uma bela vista (eu diria privilegiada) em que do outro lado da rua estava o belo Rio Mondego (lindão). Analisando nossa varanda descobrimos que ela estava localizada no último andar do prédio e bem no centro dos outros quartos e que a varanda em estilo colonial era a única privativa de todo o Hotel, resumindo: era a suíte presidencial. Estávamos na suíte presidencial dum Hotel abandonado e pavoroso. Tremi na base. A porta que eu disse semelhante a de um manicômio era a porta do banheiro que era totalmente recoberto por azulejos rosa cocô e o box era uma mistura de banheira com chuveiro e não tinha porta e sim uma cortininha rosa com babados, como num motel da década de 40. Saímos de lá prometendo que voltaríamos, mas realmente eu espero não ter que voltar lá (embora essa opção ainda exista).




Continuamos nossa busca por locais, encontramos uma pensão em que um garoto esta a aspirar o carpete dos quartos com um aspirador (quem diria que encontraríamos trabalho infantil na Europa), perguntamos ao jovem mancebo sobre o dono ele mostrou-nos seu pai. Seu pai, que deve se chamar Joaquim ou Manoel, e com o espírito generoso falou uns 40 minutos sobre lugares bons e baratos para três estudantes brasileiros morarem em Coimbra e acabou chegando a conclusão de que nós deveríamos morar na casa em que a mãe dele tinha e que estava para alugar. Muito perfeccionista deu nos outro mapa e nos desenhou cada comércio que existia entre a sua pensão e casa de sua mãe que ficava a uns 15 minutos em de subida. Fomos e nesses minutos dessa exaustiva subida em ruas estreitas e tortuosas quase pegamos uma lapada de um retrovisor gigante de uma van que insistia em passar por estas ruelas que ao meu ver n]ao foram feitas para dois carros passarem simultaneamente. A casa da mãe do português era meio feia por dentro e por fora mas tinha condições de nos abrigar por esses meses, mas por não ter internet negamos a oferta. Voltamos para casa às 17:00 dormimos exaustos, acordamos às 20:30 (ainda fazia sol). Nos arrumamos e fomos a uma festa para alunos Erasmus (alunos estrangeiros) num tal de Bigorna Bar. Pensamos que iria lotar devido a imperdível promoção que estava no cartaz (de 22:00 às 00:00 a entrada é 0,50 £). Chegamos lá haviam 6 pessoas contando com o dono do bar e o DJ, de tão vazio nem nos cobraram a entrada. Poule tomou um uma dose de uma bebida cujo nome era Biologia e que era feita com absinto e tequila, eu e Menina Ananda fomos de cervejinha por baratos 0,50 £ o copo. Bebida vai, bebida vem e ao som de músicas latinas antigas (muito populares entre os estrangeiros daqui) resolvemos dar show. Modéstia à parte humilhamos qualquer tentativa gringa de mostrar um swing. Músicas à la capim cubano, Rapunzel de Daniela Mercury e outras Caribean Hits marcaram deram o tom a noite. Mas o número 1 do Hit Parade das festas Coimbrenses é ..... Macarena. Só tive coragem de mostrar meu swing brasileiro devido às demais performances de poloneses e alemãs presentes na festa. Inclusive, diante de um desafio de Ananda e Poule (não sou de amarelar em desafios) chamei a menina mais desajeitada da noite para um téte-a-téte. A conversa foi a seguinte:
Eu - Do you remeber me (havíamos estado no mesmo passeio juntos à Faculdade de Ciência e Tecnologia)
Ela - Oh, YES!
Eu - Ãhh... do you wanna dance with me?
Ela - iasuhdiasgfhaifhlsdkjbv.fkjçdigasdkjbga
Eu - Hã?
Ela - iduahsdiuadiaushdilidjflsfjdkiruoqwieiur
Eu - Aham, but .... do you wanna dance with me?
Ela - Maybe Latter.
Eu - Ok, see you latter.
Não foi um toco, foi apenas um "eu não tenho o seu maravilhoso gingado tropical, não quero lhe fazer passar vergonha", pelo menos foi assim que eu encarei. Inclusive na outra festa que fomos dizem as boas línguas (Ananda e Poule) que ela estava me encarando e dizendo com os olhos "I wanna you", com os olhos. De qualquer forma eu só queria dançar com ela perante um desafio.
Nessa mesma festa no Bigorna Bar conhecemos um luso-pernambucano Raul, muito prestativo que nos convidou a ir a outra festa, que segundo ele estava bombando ainda mais. Realmente, estava lotado de estudantes Erasmus e o som estava um pouco menos brega e mais atual. Lá havia uma fotógrafa que iria colocar as fotos da festa em um site, e que para a nossa surpresa era a Cristina (secretária da Universidade que nos atendeu) e tirou fotos nossas (ainda não sei qual é o site). Por lá conhecemos mais uns 10 brasileiros, reencontramos uma turca chata, a amiga senegalesa Sophie e tiramos fotos com um monte de gente que nem conhecíamos, enfim interagimos. E para a nossa supresa depois de algum tempo fomos ao bar da boate e adivinha que era a bar-girl fazendo altos coquetéis.... a Cristina secretária da Universidade (acho que ela é uma free lancer tipo faz de tudo - poderia chamála de secretária-fotógrafa-bargirl) a festa foi aziando e voltamos para o Albergue umas 03:00.








Sexta Feira, acordamos naquele horário indecente e voltamos a prucurar a little nice place to live, ainda não o encontramos mas acho que estamos perto. Almoçamos no Restaurante universitário daqui (que embora alguns falem mal eu o considero bom) e fomos ao Shopping para comprar o Laptop de Menina Ananda. Próximo ao shopping tenho certeza que vi a Ana Maria Braga, mas não deu para tirar a prova de que era ela. Compramos o laptop e voltamos exaustos (vocês não imaginam como é difícil e exaustivo subir e descer tantas ladeiras e escadas). Lá pelas 18:00 liguei para uma república de estudantes (para tentar conseguir um lugar pra morar) e para a minha supresa eles convidaram a mim e minhas companheiras para jantar com eles. Poule ficou doente e não foi, Eu e Ananda, entretanto, fomos lá na cara e na coragem jantar com desconhecimos. como queríamos agradar para sermos aceitos compramos um vinho para levar para eles. Eu fui com minha roupa mais descolada e Ananda com a sua mais decotada e fomos rumo à República dos Galifões. Chegando lá os 5 rapazes disseram-nos que estávamos atrasados e quando mostramos o vinho eles disseram que este não era um vinho bom e que as donas de casa geralmente utilizavam-no para cozinhar, tudo com muita educação e simpatia. Lá comemos uma coisa indecifrável mas muuuito gostosa, durante o jantar eles conversaram sobre a 2° Guerra Mundial, O Homem Árvore, O filme Sacanas sem Lei, A nova lei que proibe sacadas em Lisboa, etc... Eu e Ananda tentamos por vezes em vão nos intrometer na conversa, mas eles com seu sotaque portugues nos impediu de entender 80% do que falavam. Depois conhecemos a casa (muito parecida com a fraternidade dos Kappa Tau da série Greek, como eu sei que ninguem assiste essa série eu traduzo dizendo que é a melhor fraternidade do mundo). E por fim um dos integrantes muito simpático disse que não tínhamos como ficar lá pois eles só aceitavam pessoas que fossem passar pelo menos 1 ano. Saimos de lá tristes por não terem nos aceitado mas felizes pelo rango que ganhamos. Voltamos para o albergue e fomos a uma festa de brasileiros no Bigorna Bar, estava meio chata e resolvemos voltar, conhecemos mais uns 5 brasucas e conseguimos um contato de um ap muito bem localizado por 400£, na volta umas 02:30 da manhã comi umas sardinhas frias com pão duro que fizeram com que as meninas sentisssem nojo de mim, mas homem que é homem come sardinha fria com pão duro (é o que sempre digo).

Hoje pela manhã mais uma vez acordamos naquele horário e durante a manhã num estágio de semisono vi muito movimento no nosso quarto (quem tem 8 pessoas, em 4 beliches, em cima de mim dorme uma italiana) e a cena mais engraçada da minha vida aconteceu nesta manhã coimbrense.
Menina Ana Paula estava meio dormindo meio acordada quando seu celular vibra ela em um grito assustado brada em bom som: - ANANDAAAA!!!!
A italiana que dormia em cima de mim assustada gritou: MAMMA MIA! deu um pulo da beliche e saiu correndo pela porta do quarto.
Não falo italiano mas pela reação dela acho que Ananda em italiano significa INCÊNDIO, SALVE-SE QUEM PUDER!
Depois posto o resto.
Rezem para que consigamos um apartamento pra ficar não quero ir para aquele Hotel do Hell!
Feliz dia do Biólogo (atrasado)!
Abraços a todos!

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

The Book is on the table

Depois que fiquei ontem até as 02:00 escrevendo o último post, acordei asssim como as meninas ás 12:30 e depois de nos arrumarmos saímos as 13:40 para tomar café e irmos a um passeio dos estudantes pelo campus. Como não deu tempo para almoçar fomos a um bar próximo e comi bolinhos de bacalhau a 0,60 £ e então fomo-nos encontrar com os demais estudantes. O passeio durou umas 3 horas e se resumiu a um longíssimo passeio pelos prédios de botânica, zoologia, antropologia, arquitetura, bioquímica, etc.. Tudo era muito antigo, mas tinha coisas legais. Para minha surpresa o português que eu aprendi nesses 21 anos (bem vividos) de nada servem aqui (pelo menos não serviu hoje). Todos os estudantes estrangeiros falam inglês e se você quiser fazer algum amigo tem que ao menos entender o que eles dizem para decidir se deve rir ou não. A nossa missão amanhã será encontrar um lugar para morar se não quisermos morar under the bridge, será uma árdua tarefa eu acredito. Às 17:30 fomos ao shopping coimbra (que é muito maior que o SLZ Shopping, embora a cidade seja muito menor) aqui no shopping descobri que as coisas podem ser extremamente baratas, se você tiver paciência para andar. Um Laptop pode sair por 229 euros (cerca de 600 reis) fora as ofertas de roupas, calçados, vinhos (a o,74€), cervejas (0,29€), cookie (0,99€) e pêras (0,22 €\Kg). Comemos lá e as 20:00 quando voltamos ainda tinha sol no céu (isso ainda me assombra), chegando ao albergue compramos algum vinho misturado com gasoza (agua com gás, pratica comum por aqui), e ficamos no terraço tentando interagir com que passava.
Ah e acabei de ler que o James Morrison fará show na cidade mês que vêm, tô lá.
Tenho que ir agora, já que poule me espera para postar (é a hora dela).
Espero que amanhã tenha coisas realmente interessantes pra postar, até agora festa zero.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

A Chegada


Esse é o meu 1º post e, conforme instruções, eu fui muito detalhista, caso tenha me estendido muito me avisem que eu reduzo mais nas próximas vezes.

Às 18:45 depois de toda a comoção que tomou conta de nós e de nossos amigos, pegamos o avião que nos transportaria até as terras lusitanas. Mas antes faríamos ums conexão em Recife.
Às 21:30 chegamos em Recife e ao entrarmos na sala de embarque nos deparamos com uma loja de produtos brasileiros. Tal loja embora bastante simples era excessivamente cara. Uma singela camisa com o nome Brasil custaria em torno de 60 reais (não deu pra mim), ainda assim, contra a minha vontade Ananda adquiriu um exemplar. Eu e Poule compramos simpáticos copos de bebida com a bandeira brasileira e decidimos quie este seria o nosso símbolo de brasilidade. Saindo da referida loja, avistamos uma loja que aparentava ser ainda mais cara, mas ainda assim resolvemos conferí-la. A miscelânea de produtos era sem dúvida um chamariz e diante de roupas, doces, bebidas, óculos e eletrônicos resolvemos procurar as ofertas. O preço das camisas girava em torno de 50 reais, o baralho (que juntamente com os copos fariam a perfeita combinação para fazermos amigos e ficarmos embriagados) custava 23 reais. Decidimos comprá-lo e ratear o valor entre os 3. Derepende, não mais que derepente, Poule lança as sábias palavras:
- Não pega ainda, vamos dar uma olhada no restante da loja.
Assim fizemos e ao entrar no setor de eletrônicos nos deparamos com uma super mega master câmera da Olimpus 12 megapixels por meros 700 reais. Ananda ensaiou uma compra (já que estávamos viajando sem esse importante equipamento). Ainda assim continuamos a vistoria pelas prateleiras quando Ananda avista um relogio da Lacoste por meros 150 reais (em qualquer lugar de São Luis sairia por pelo menos o dobro), nesse momento num golpe de extrema astúcia Ananda identifica um US precedendo o preço. Diante desta cifra todos os sonhos de aquisição se desfizeram, nos recolhemos diante de nossa insignificância e fomos embora tomar assento nas poltronas da sala de embarque.
Sentados, num brilhante ato de observação, observo uma mulher com pinta de modelo mexendo em um palm. Ignoro a mesma pensando não ser quem eu havia pensado. Passados alguns minutos Poule lança:
- Essa mulher atrás de nós é alguém famosa só não sei quem!
Eu respondo - É a Fernanda Motta.
(Fernanda Motta uma top model internacional apresentadora de um programa no Canal Sony, e que eu conhecia pelas chamadas de seu programa o BNTM.)
Transcendendo a impressão inicial adentramos na aeronave da TAP , onde eu peguei o meu primeiro cagaço português, antes de chegar em Portugal. Após isso, já confortável em minha poltrona na parte central do avião, longe de qualquer sonho de acesso às janelas e vislumbre do Oceano Atlântico dormi já que as únicas opções de entretenimento na tv individual da minha poltrona eram o filme Dr Dolittle 2, Um filme com o Zac Efron e outro com o Daniel, escolhi dormir. De manhã ao acordar tive o hilário prazer de ver Ananda despertar de um sono na perna de Poule gritando (ou melhor, clamando) assustada:
- O que que é isso, o que que é isso!
(tipo, não era nada)
3 horas depois chegamos em Lisboa e enfrentamos uma mega bicha (fila) para carimbarem nosso passaporte. Mais uma vez avistamos Fernanda Motta e eu apostei 5 euros com Ananda para ela falar com ela ou 1 euro para cutucá-la 'acidentalmente'. Ananda, ou a fraca como eu prefiro chamá-la, não teve coragem. Depois de Ananda recusar o desafio eu topei puxar papo com ela por 5 euros também. Eu (com a coragem que me é peculiar) na esteira de malas disse a ela:
- Fernanda Motta
Ela - Hã?
Eu - Você é Fernanda Motta?
Ela - Sim
Eu - É porque eu estava discutindo com meus amigos se era ou não você.
Ela - ah...
Diante dessa brilhante abordagem e dos 3 murmúrios que recebi como resposta (e faturei 5 euros) pegamos nossas malas e Fernanda num ato de extrema simpatia disse:
- Boa viagem a vocês.
Os 3 em côro respondemos - Pra você também!!!
Seguimos felizes pela checagem de bagagens onde passamos traquilos (embora Fernanda tenha sido parada e teve a mala revistada). Decidimos ir ao banheiro e enquanto Ananda e Poule íam eu fiquei vigiando a bagagem do lado de fora. Fernanda voltou a aparecer e numa cantada (sim eu disse numa cantada) dispara:
- Eu te conheço de algum lugar? (a manjada cantada)
Eu, não crendo na situação - Difícil! (perceba a minha fidelidade rafa)
Poule aparece nessa hora vê a situação e como se não pudesse se pronunciar a ela se volta a mim e pergunta - O que ela tá falando???? (lógico que eu ignorei-a)
Fernanda Motta insistindo na cantada diz: - O teu rosto... é familiar pra mim.
Eu (ainda não crendo na situação): Muito difícil.
Ela (visivelmente desapontada) Ah tá... é que tu parece com uma pessoa que eu converso pela net. (e sai, vai ao caixa eletrônico para sacar dinheiro).
Poule pede-me para chamá-la que ela pediria uma foto. Eu a chamei ela veio e Polue pediu a foto. Fernanda (pura simpatia) afirmou: - claro que sim, mas é que eu tô meio amassada e bagunçada dessa viagem.
Poule (se achando muito íntima) diz: Ah é, realmente, mas eu também tô, estamos na iguais. (se comparando com a apresentadora do Brazil's Next Top Model).
Nessa hora Ananda sai do banheiro, vê a situação e em pulos (literalmente) grita: foto, foto, oba!
Eu (o fotógrafo) posiciono o celular frente às 3 beldades abraçadas, mas na hora H o celular desliga e destrói o registro desse célebre encontro.
Fernanda diz: Deixa pra póxima. (e vai embora)
Depois de 20 minutos no saguão do aeroporto descobrigos que deveríamos pegar um táxi e seguir a estação do oriente onde pegaríamos o comboio (trem) rumo a coimbra. Só pra acrescentar todos os taxis são Mercedes. Chegando na estação o velocímetro do taxi marcava 3,95, mas o taxista nos cobrou 13,95 e nós humildes estrangeiros recém-chegados, demos a ele o dinheiro, mas com a consciência de que estávamos sendo enrolados. Ao chegar na estação compramos a passagem para coimbra, num ato de burrice perdemos o trem e tivemos que aguardar 2 horas para pegar o outro, ficamos presos no elevador que não abria a porta para nós enquanto subia e descia por todos os 5 andares da estação, até que conseguimos pegar o comboio para coimbra. Na janela do trem avistamos oliveiras e cipestres que compunham a paisagem mediterrânea que aprendemos nas aulas e chegamos a conclusão de que Portugal tem a cor dos tons pastéis. Tudo é muito amarelo, bege e alaranjado, eu disse tudo.
Viemos ao nosso albergue (reservado por 3 dias até encontrarmos um lugar melhor), jantamos a 2,2o£ (em plenas 20:30 havia um sol forte no céu, como o anúncio do apocalipse) compramos 2 litros de vinho do porto por 3 £ (e embora seja alto verão em coimbra fazia um mega frio) e convidamos uma Senegalesa (Sophie), nossa mais nova amiga, para beber conosco. Bebemos até 00:00 e ligados fomos dormir. Fim.

E tipo é muito assustador estar aqui!